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9º Encontro da Juventude Bahia e Sergipe

Um Brasil Maior só com uma política econômica melhor

Augusto Vasconcelos
Em face de uma política econômica ortodoxa, assentada no tripé das altas taxas de juros, valorização do Real frente ao dólar e contenção dos investimentos públicos, o Brasil viu decrescer proporcionalmente a importância da indústria no PIB. Pensando em minimizar os efeitos perversos deste receituário, o governo federal lançou o Programa “Brasil Maior”.

Apesar de louvável a preocupação com a industrialização, afinal de contas nenhum país se desenvolveu sem um setor secundário forte, trata-se de uma medida insuficiente. Predomina a antiga saída através da desoneração tributária, deixando irretocável os fundamentos de nossa macroeconomia.

Acontece que os estímulos a partir da diminuição de encargos têm efeito transitório, não sendo capazes de sozinhos reativarem a locomotiva do crescimento. Ao mesmo tempo, outros setores em curto espaço de tempo estarão reivindicando sua inclusão no pacote de medidas anunciadas.

Ademais, a desoneração previdenciária poderá, em médio prazo, fortalecer o discurso do déficit nas contas públicas, trazendo à tona novamente as propostas de redução de direitos. Melhor seria que a contribuição sobre a folha salarial fosse substituída gradativamente pela contribuição incidente sobre o faturamento, com o fito de não prejudicar as empresas que contratam em larga escala, como o setor metalúrgico e da construção civil, dando-lhes um diferencial competitivo em face daquelas em que predominam ganhos de capital com diminuição da mão-de-obra contratada.

Dessa forma, está em curso uma disputa de grandes proporções. O projeto derrotado nas urnas em 2010 teima em capturar o governo de maneira sorrateira, com apoio da grande imprensa que atua a seu serviço. Todavia, a recente manifestação convocada pelo Fórum das Centrais sindicais e pelos movimentos sociais, com mais de 80 mil pessoas em São Paulo, prova que estamos entrincheirados para fazer o bom combate no campo ideológico e sobretudo nas ruas, a fim de reforçar os setores desenvolvimentistas que atuam no governo, dizendo-lhe que Um Brasil maior só é possível com uma política econômica do seu tamanho!


Augusto Vasconcelos, Vice-Presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, advogado, professor universitário. O endereço de e-mail está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript para vê-lo.

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