Greve mostra força da luta dos bancários da Bahia e Sergipe
A cada dia a greve na base da Federação dos Bancários da
Bahia e Sergipe (FEEB-BA/SE) se amplia. Nesta quinta-feira, dia 1o
de outubro, cerca de 635 agências de
bancos públicos e privados permaneceram fechadas, apesar da pressão dos
gestores, da coação da polícia e da tentativa de usar o interdito proibitório
para impedir o legítimo direito de greve da categoria. Enquanto os bancos não
apresentarem uma proposta decente, que satisfaça as necessidades dos
trabalhadores, os bancários continuarão em greve por tempo indeterminado.
Repressão policial -
Como era de se esperar, nesta greve os bancos têm utilizado de todos os meios
para reprimir o movimento dos bancários. Na Bahia, a Polícia Militar tem feito
um papel vergonhoso a serviço dos banqueiros, pressionando, coagindo e até
agredindo os trabalhadores. Foram registrados abusos deste tipo em Itabuna,
Feira de Santana e Extremo Sul. Para discutir a atuação da polícia na greve, o
deputado estadual e bancário Álvaro Gomes marcou uma audiência com o secretário
estadual de Segurança Pública, César Nunes, para próxima terça-feira, dia 6, às
11 horas, em Salvador. Já em Barreiras, o diretor da FEEB-BA/SE, Aderbal
Batista, está sendo impedido de entrar na agência do Bradesco pelo gerente.Interdito - Outra forma que os bancos tentam impedir a greve dos bancários não tem surtido efeito. O interdito proibitório tem sido rejeitado um a um pelos juízes nas regiões de Itabuna, Feira de Santana, Extremo Sul e Salvador, com argumento de que não pode haver impedimento ao livre exercício do direito de greve. Só em Ilhéus uma juíza acatou o interdito. Para o assessor jurídico da Federação, Dr. Roberto Melo: "A ação enérgica, porém prudente dos sindicatos da base, em consonância com a Lei de Greve, tem possibilitado a frustração das medidas judiciais do interdito proibitório adotadas pelas instituições financeiras, impedindo assim a consumação da estratégia de desvirtuamento deste instrumento jurídico para fins nítidos de cerceamento do direito de greve", avalia.

