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26ª Conferencia dos Bancários da Bahia e Sergipe 2023

Congresso de fundação da CTB acontece de 12 a 14/12



O nascimento da nova central sindical está próximo. O Congresso Nacional de fundação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) está marcado para acontecer entre os dias 12 e 14 dezembro, em Belo Horizonte (MG). A previsão é de que a CTB nasça com mais de mil sindicatos associados em todo o Brasil.
A criação da CTB é resultado do descontentamento existente na Corrente Sindical Classista (CSC) em relação à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O surgimento de uma nova central, democrática e classista, será importante para assegurar o fortalecimento do sindicalismo brasileiro e unir categorias que estavam sendo esquecidas. A Bahia participa da fundação da CTB com uma delegação de 300 participantes ligados as diversas categorias trabalhadoras.


Nova Central
 

 

A criação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) é prova de que o movimento sindical passa por uma fase de intensa recomposição. A fusão entre a Ciols e a CMT, que resultou na criação da Confederação Sindical Internacional (CSI), no final do ano passado, e a refundação da Federação Sindical Mundial (FSM) são exemplos do cenário no exterior. No Brasil, vimos a fusão da CGT, CAT e SDS e criação da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o surgimento da Nova Central, do Conlutas e da Intersindical.

A decisão da CSC de ingressar na CUT foi tomada em congresso realizado no Rio de Janeiro, em 1990, com a participação de 2.015 delegados de 584 sindicatos. A incorporação da CSC aumentou a representatividade da CUT, realçando um perfil mais pluralista e reforçando a vinculação entre luta econômica e luta política. À época, o entendimento era de que a unidade passava pelo fortalecimento da CUT. Mas, no início dos anos 90, a CSC não acompanhou a Articulação Sindical, força majoritária da CUT, que aliou-se ao "entendimento nacional", proposto pelo governo Collor.

Mais à frente, já com FHC na presidência da República, novamente a CSC divergiu da Articulação Sindical quando o presidente da CUT, Vicentinho, participou das negociações com o Governo e defendeu o famigerado acordo da Previdência Social. A CSC avaliou, na ocasião, que uma das causas era a crise do socialismo, que repercutiu ideologicamente na perda de perspectiva de alguns setores do movimento sindical. O país passava por uma crise econômica. Era o auge da reestruturação produtiva e o desemprego castigava os trabalhadores.

A CTB, nesse contexto, tem um comprossimo ímpar de promover o sindicalismo de classe no país e recompor a unidade das lutas dos trabalhadores em um outro patamar. Com a perda de autonomia da CUT diante dos governos, diversas categorias comprometidas com a ampliação dos direitos trabalhistas têm fortalecido essa necessidade.

Na Bahia, diversas assembléias vêm aprovando a saída da CUT. O Movimento Pró-Central Classista e Democrática, que reúne dezenas de federações e sindicatos ligados à CSC, Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB), entre outras forças políticas, demonstram que a fundação da CTB está a todo vapor. A movimentação atesta que o anseio por um novo rumo toma conta do movimento sindical e vai desaguar no Congresso Nacional de fundação, no próximo dia 12.

A CSC, pela trajetória que possui, tem a obrigação de atuar nesta reconfiguração nacional, sobretudo por seu amadurecimento histórico. Em 1996, repudiou publicamente o malfadado acordo da Previdência que a cúpula da CUT chegou a negociar com FHC. Mais recentemente, a CSC liderou uma vitoriosa campanha nacional contra a proposta de reforma sindical encaminhada pelo Ministério do Trabalho ao Congresso Nacional e respaldada pela maioria da CUT, a famosa PEC 369.

No 9º Concut, o núcleo duro da força majoritária fez manobras desleais que afastaram a CSC da direção da CUT-BA, e, na CUT nacional, o mesmo ocorreu para impedir a nomeação de um dirigente classista para a vice-presidência. Diante desse cenário, a Corrente Classista atingiu seu limite.

Agora é preciso força e determinação. A criação da CTB já representa uma grande conquista. Significa o rompimento radical com uma estrutura do movimento sindical subordinada a governos e em estado de sonolência.  Mas, nada de oposição à CUT. A CTB tem uma responsabilidade maior, a de fortalecer as lutas classistas e promover maior valorização do trabalhador. Isso, só se conquista com autonomia e independência.



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